FIIs de “Tijolo” têm Retorno 4 Vezes Maior que Fundos de “Papel” em 2023
Índice Teva aponta valorização de 16,1% nos fundos imobiliários de “tijolo” em contraste com os 4,5% dos fundos de “papel” durante janeiro a novembro.
O mercado de fundos imobiliários tem se destacado em 2023, evidenciando um desempenho notável nos FIIs de “tijolo” em comparação com seus pares de “papel”. De acordo com o Índice Teva de Fundos Imobiliários de Tijolo (ITIT), a valorização média desses fundos atingiu impressionantes 16,1% entre janeiro e novembro, enquanto os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs) de “papel” registraram um aumento mais modesto de 4,5% no mesmo período, conforme indicado pelo Índice Teva de Fundos Imobiliários de Papel (ITIP).
Desempenho Setorial:
Os FIIs de “tijolo” concentram-se em investimentos diretos em propriedades, especialmente em espaços como escritórios, shoppings e galpões logísticos. Esta classe de fundos, representada pelo ITIT, tem sido impulsionada por uma apreciação média de 16,1%, demonstrando um desempenho quase quatro vezes superior aos FIIs de “papel” monitorados pelo ITIP, que têm seus portfólios compostos por títulos de renda fixa.
Impacto da Redução da Taxa Selic:
A tendência de queda da taxa Selic surge como um fator crucial que impulsiona o desempenho dos FIIs de “tijolo”. A redução da Selic, de 13,75% para 12,25% ao ano desde agosto, tem diminuído a rentabilidade das aplicações de renda fixa vinculadas a essa taxa. Isso, por sua vez, aumenta a procura por investimentos alternativos, favorecendo os FIIs de “tijolo” e valorizando os imóveis, conforme destaca um relatório recente da XP, assinado por Maria Fernanda Violatti.
Segmentação de Desempenho:
A análise do desempenho por setor revela que os fundos de shopping e logística lideram a valorização dos FIIs de “tijolo”, enquanto o segmento de escritórios apresenta um desempenho ligeiramente inferior. No ano anterior, o ITIT registrou perdas de 6,7%, mas se recuperou com um aumento de 3% no último ano. Por outro lado, o ITIP, índice dos fundos de “papel”, acumulou ganhos de 2,3% em 2022 e subiu 10,1% no ano anterior.
Menor Valorização dos FIIs de “Papel”:
A explicação para a menor valorização dos FIIs de “papel” reside nos títulos de renda fixa presentes em seus portfólios. O Certificado de Recebíveis Imobiliários (CRI), comum nessa categoria, incorpora um rendimento prefixado e a correção por um indicador, geralmente a taxa do CDI ou o IPCA. A dependência desses índices pode resultar em menor receita quando há uma redução nos mesmos, impactando negativamente os rendimentos distribuídos e a atratividade da carteira.
O desempenho expressivo dos FIIs de “tijolo” em 2023, impulsionado por fatores como a redução da taxa Selic e a procura por investimentos alternativos, destaca a relevância desses fundos no atual cenário econômico. A menor valorização dos FIIs de “papel” ressalta a importância de compreender os elementos que influenciam a dinâmica desses fundos e a necessidade de uma abordagem estratégica na construção de portfólios.