O dólar teve uma significativa queda em relação ao real nesta sexta-feira (7), com o mercado reagindo positivamente à aprovação em segundo turno da reforma tributária na Câmara dos Deputados e aos dados mais fracos do que o esperado sobre a criação de empregos nos Estados Unidos.
A divisa comercial encerrou a sessão com uma queda de 1,30%, cotada a R$ 4,865 na compra e R$ 4,866 na venda. No entanto, mesmo com essa queda, o dólar acumulou uma alta de 1,60% ao longo da semana.
O mercado de câmbio já apresentava um clima otimista desde a abertura, às 9h, após a aprovação do texto-base da reforma tributária em segundo turno pela Câmara dos Deputados durante a madrugada. A votação dos destaques foi iniciada, com conclusão ao final da tarde desta sexta-feira.
A aprovação dessa medida, que agora será encaminhada ao Senado, representa um marco histórico após décadas de discussões no Congresso. Essa aprovação é uma vitória tanto para o governo, que considera essa reforma como prioritária, quanto para o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que apoiou a proposta e trabalhou ativamente por sua aprovação.
Rafaela Vitoria, economista-chefe do Banco Inter, destacou que a aprovação da reforma tributária do consumo é uma surpresa positiva que traz um grande avanço na legislação, após um início de ano marcado por discussões negativas que aumentaram a incerteza e o prêmio de risco no mercado.
O JPMorgan também ressaltou o avanço da reforma no Congresso em um relatório para clientes, descrevendo-o como um passo importante que pode levar a melhorias notáveis do ponto de vista econômico.
Além disso, outras pautas foram votadas na Câmara, o que animou o mercado. Após a votação dos destaques da reforma tributária, a Câmara aprovou o texto principal do projeto que retoma o voto de desempate do governo em decisões do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf), uma medida que pode auxiliar o governo na elaboração do Orçamento de 2024.
Os dados do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos divulgados nesta sexta-feira também contribuíram para o enfraquecimento do dólar frente ao real. A criação de vagas de trabalho no país desacelerou mais do que o esperado em junho, com a economia criando 209 mil empregos, abaixo das expectativas de 225 mil empregos.
Esses resultados dissiparam os temores despertados pelo relatório da ADP, instituição privada desvinculada do governo norte-americano, que indicava uma abertura surpreendentemente forte de postos de trabalho privados.
Uma política monetária menos agressiva nos Estados Unidos tende a prejudicar o dólar em relação a outras moedas, já que reduziria a atratividade dos retornos das taxas de juros na maior economia do mundo.
Na sessão anterior, o dólar à vista fechou com alta de 1,64%, cotado a R$ 4,929 na compra e R$ 4,93 na venda.
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