Renda Fixa em 2023: Debêntures Surpreendem com Rentabilidade Acima de 1.000% do CDI em Ano Volátil
Em Meio a um Cenário de Volatilidade, Ativos como Debêntures Apresentam Retornos Expressivos para Investidores Atentos
O ano de 2023 ficou marcado por eventos disruptivos que impactaram os mercados, como os ocorridos nas Lojas Americanas e na Light, provocando mudanças nos spreads oferecidos por debêntures ao longo do ano. Mesmo com a volatilidade e a estreia da marcação a mercado em alguns títulos de renda fixa, certos ativos surpreenderam, proporcionando retornos expressivos, chegando a 1.000% do CDI. Uma análise da Economatica, a pedido do InfoMoney, revelou as debêntures que mais se destacaram, considerando proventos pagos pelos papéis no ano.
Debêntures que Brilharam em 2023
Um levantamento revelou que a debênture mais destacada foi da BCBF Participações S.A., controlada indireta da Hapvida (HAPV3), alcançando um retorno surpreendente de 130,11%, equivalente a 1.024,95% do CDI. A realização da primeira amortização do papel contribuiu para esse desempenho excepcional.
Além disso, debêntures de empresas como Itapoá Terminais Portuários, Tenda, Taesa e Concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos também se destacaram, apresentando rentabilidades entre 34% e 22% ao longo do ano, refletindo a força de setores como energia, imobiliário, assistência médica e concessões públicas.
Após um ano turbulento, a XP expressa uma visão positiva para a renda fixa atrelada à inflação em 2024, destacando debêntures incentivadas que garantem isenção de Imposto de Renda para investidores pessoa física. Rodrigo Sgavioli, chefe de alocação do research da XP, enfatiza que a curva ainda oferece taxas elevadas, proporcionando proteção contra a escalada de preços.
A Rico, por sua vez, sugere alocação direta em nomes como Engie Brasil, que apresenta retorno próximo de 5,5% acrescido de IPCA, com vencimento em 2026. O Itaú foca em empresas como Concessionária Rota das Bandeiras, CSN Mineração e Rumo, com taxas atrativas e vencimentos entre 2029 e 2037.
Perspectivas e Cautelas para 2024: Setores Promissores e Preocupações Específicas
Enquanto a Bocom BBM Asset Management mantém uma perspectiva otimista para ativos ligados ao setor de energia e financeiro em 2024, há cautela em relação a debêntures de varejo, devido ao alto endividamento e dependência do consumo das famílias. O setor de construção civil também é monitorado, com exceções como Cyrela e Cury, consideradas empresas com balanço forte e saúde financeira.
Leandro Nogueira, gestor da Bocom, destaca a importância da seleção criteriosa de ativos, preferindo aqueles com receita mais previsível, contratos mais longos e reajustados pela inflação. O cenário previsto para 2024 aponta para um mercado de capitais em crescimento, com spreads mais atrativos e oportunidades para alocações estratégicas.
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